Projeto de coleta seletiva ganha ruas de Itabuna

Nova parceria agora é com a Universidade Federal do Sul da Bahia
Ascom

Uma média de 50 toneladas de materiais recicláveis é recolhida todos os meses nas ruas de Itabuna por catadores da Cooperativa Popular dos Trabalhadores de Reciclagem (Coopotrec). Se a princípio a sensação é de que o volume coletado é significativo, o presidente da Coopotrec, Cassius Patrick Santos, faz uma revelação surpreendente: “Conseguimos coletar apenas dois por cento do que a cidade nos oferece”, sentencia.

Fundada em 2014, a Coopotrec tem uma filosofia contemporânea do modelo inclusivo e sustentável de proteção ao meio ambiente. “Diariamente trabalhamos para bloquear o material ainda na zona urbana, antes de seguir para o lixão onde pode ser contaminado”, explica Cassius Patrick. O projeto de reciclagem conta com o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (Seagrima).

Com 10 cooperados e 50 catadores atuando nas ruas, a coleta diária é armazenada em um galpão alugado pela Prefeitura, no Loteamento Monte Líbano, no bairro São Roque. Antes de percorrer o comércio e as ruas da cidade, logo cedo é servido um café da manhã aos trabalhadores como forma de atraí-los ao trabalho e para que haja interação entre eles.

Com o apoio do prefeito Claudevane Leite o projeto já obteve avanços importantes, segundo o presidente da Coopotrec, a exemplo da Licença Ambiental, Alvará de Funcionamento, Estatuto Social e inscrição na Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (OCEB). “A porta está aberta para fazer novos movimentos”, comemora Cassius Patrick Santos.  

Os “novos movimentos” a que se refere o presidente da cooperativa envolvem, mais uma vez, a Prefeitura. Através do “Projeto Cicloreciclagem”, o governo municipal viabiliza a doação de triciclos que percorrerão as ruas centrais efetuando a coleta. Além da dinâmica que o processo pode oferecer, incluindo o aumento da capacidade de coleta, 10 catadores serão incluídos socialmente ao projeto.

Eles receberão uniformes, EPS (equipamentos de segurança) e novas rotas de atuação, que atualmente não são possíveis, mas serão planejadas e executadas pela cooperativa.  A proposta, para uma nova fase, é que estes catadores passem, também, a ser cooperados.

A relação com a Prefeitura também tem servido para avalizar novas parcerias. Com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a cooperativa recebeu equipamentos que são utilizados no galpão alugado pela Prefeitura. Hoje, 28, os seus diretores assinam convênio com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) para que a cooperativa passe a fazer a coleta seletiva no Campus Jorge Amado, em Ferradas. Essa mesma iniciativa de parceria já acontece com a unidade da Petrobrás, também em Ferradas.

Todo o material coletado nestes espaços é comercializado com as indústrias. “Aos poucos”, projeta Cassius Patrick, “queremos impedir que famílias inteiras precisem morar no lixão para sobreviver do que não serve mais à sociedade. A nossa ideia inovadora de atuar na cidade é para impedir a proliferação de famílias atuando em um local completamente insalubre. Não podemos acabar com o lixão. Por isso ficamos fora de lá”, teorizou o presidente da Cooperativa Popular dos Trabalhadores de Reciclagem (Coopotrec).