Carnaval de Ilhéus - Uma boa ideia ou uma má intenção?

Fantasia ou realidade?
JBO/Maurício Maron

Só há dois caminhos para Ilhéus tomar no que diz respeito ao seu Carnaval. Ou não realiza a festa ou faz uma grande festa. As duas opções são bem mais benéficas para o turismo do que a mediocridade que nos últimos anos nos é oferecida. Não há mais espaço para amadorismos como estes que insistem em realizar.

Sob o pretexto de um "Carnaval Cultural", Ilhéus esconde por detrás de uma "boa idéia", uma "má intenção": o de fazer qualquer coisa. Chega a ser vegonhosa a reação das pessoas de fora que passam pelo circuito que, este ano, nem decoração teve. O Carnaval de Ilhéus não representa a importância da cidade no contexto do turismo baiano.

Não tivesse a festa, teria nos visitantes o sentimento de que, neste período, a cidade recebe de braços abertos quem quer fugir dos grandes centros e da folia. Tivesse optado pela realização, fizesse de forma profissional, vendendo cotas, atraindo investidores, contratando atrações de peso e anunciando antecipadamente lá fora.

Carnaval em Ilhéus é decidido às vésperas. Este ano, organizado, inclusive, por um secretário interino, que, por enquanto, tem a função de organizar o turismo mas há dois anos não consegue fazer a lição de casa sequer da pasta da qual é titular: o da Cuiltura.

Hoje, domingo, às cinco da tarde, a avenida Soares Lopes estava vazia. Poucas pessoas que insistiram em andar de um lado para o outro ficaram sem entender que  carnaval é esse.

Durante duas horas que a nossa equipe esteve na avenida, meia dúzia de "caretas" arriscaram colocar as máscaras nas ruas. Algumas pessoas maltrapilhas pediam esmolas no Centro Histórico. Não, não eram "mascarados" aproveitando a festa. Era a realidade de uma cidade que precisa mudar seu rumo.

Quem for nestes próximos dias à avenida, muito provavelmente verá um carnaval sem trio, um carnaval sem brio. Um carnaval sem ritmo, um carnaval sem graça.