Jabes exonera conselheiro do governo que votou pela anulação do ano letivo

Eduardo Rocha
Secom/Gidelzo Silva

Antes de entregar a caneta (não se sabe com que quantidade de tinta) para o vice-prefeito Cacá "Colchão" Machado e sair de férias, o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, fez questão de assinar uma exoneração no seu governo: a do odontólogo Eduardo Rocha.

O profissional, mesmo na condição de representante do governo municipal, votou pela anulação do ano letivo em algumas escolas e turmas da rede municipal de ensino por estas não oferecerem nenhuma condição de, em tempo hábil, cumprir os 200 dias letivos ou as 800 horas de aula.

Rocha era membro do Conselho Municipal de Educação e, mesmo sendo do governo, entendeu que as condições dadas aos estudantes não ofereciam um aproveitamento decente de aprendizado.

O Jornal Bahia Online apurou que, numa agilidade acima do comum, o governo já encaminhou ao conselho o nome do substituto, que tomará posse nesta quinta-feira, durante sessão ordinária do conselho. Trata-se de Edvaldo Soares Martins da Silva, novo superintendente do Fundo Municipal de Saúde, pessoa bastante ligada a John Ribeiro, irmão de Jabes.

Eduardo ocupava a função de chefe da Seção de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde. Justamente por ocupar este cargo, representava o governo do Conselho de Educação.

Decisão pensada, faria tudo de novo - Procurado pelo Jornal Bahia Online, Eduardo Rocha, que foi uma indicação do PDT, sigla pela qual concorreu a uma cadeira na Câmara de Vereradores, disse que já vinha demonstrando sua vontade em deixar o governo, por não concordar com os rumos dados à gestão. Mas reconhece que a decisão pela exoneração coube unicamente ao prefeito.

Rocha garantiu ao Jornal Bahia Online que a sua escolha pela anulação do ano letivo não foi uma decisão intempestiva. "Era assiduo no conselho. Acompanhei toda a situação durante todo o ano e sei o que me levou a tomar esta decisão. Faria tudo de novo", garantiu.

Eduardo Rocha ainda disse que sabia que passaria por um processo de "fritura" do governo. "Logo que terminou a votação um outro representante do governo no conselho me falou: você tá ciente do que fez? Isso vai ter consequência", disse o odontólogo ao JBO.