Alunos comem roscas durante aulas de reposição na escola Dom Walfredo Tepe

Taí: as roscas e o copinho de soda limonada
JBO

Exclusivo. Se, de fato, a Secretaria Municipal de Educação de Ilhéus iniciou agora em 2014 a reposição do ano letivo com o objetivo de salvar 2013, é bom que as autoridades municipais fiquem de olho no que está acontecendo nas cantinas das escolas por que a alimentação que é servida aos alunos tem relação direta com o aprendizado deles. A denúncia do Jornal Bahia Online é grave. Há três dias, estudantes da escola Dom Walfredo Tepe, localizada no bairro Nossa Senhora da Vitória, periferia da cidade, se alimentam de meia dúzia de roscas de biscoito e um copo de refrigerante para enfrentar dois turnos cansativos de aula e cumprir o calendário determinado pelo governo municipal de 800 horas/aula.

Pior é que, desta vez, o consumo de rosquinhas trituradas às pressas e engolidas com a ajuda de um copo de soda limonada, não acontece por falta do produto de qualidade em estoque nas despensas das escolas. A comida existe e o governo fez a parte dele. No caso desta escola, pelo menos, só não tem quem a faça neste momento. Segundo denúncia de um pai de aluno, que prefere não ser identificado, a cozinheira da escola, no turno da manhã, está doente e afastada das funções. Mas, de acordo com a denúncia, a direção da escola não conseguiu administrar o problema e, ao invés de encontrar uma profissional substituta e garantir a merenda de qualidade neste período que exige mais esforço dos alunos, optou pela mudança do "cardápio".

"Comeu um elefante (referiu-se ao fato de ter conseguido abastecer as escolas) e se engasgou com um mosquito (só não tem que manipule os produtos). Além do meu filho, vi outras crianças dizendo que não queriam lanchar", informa o denunciante.

Para não deixar margem para especulação, o pai de um dos alunos resolveu fotografar a cena da cantina. O Jornal Bahia Online tentou contato com os diretores da escola. Mas enquanto alunos e professores estavam na aula, na manhã de hoje, os dirigentes não apareceram por lá. "Vi professores desesperados sem saber o que fazer e sem condições de decidir nada", confirmou o pai do aluno. Por respeito às crianças, não iremos identificá-las nas fotos. Mas quem conhece a estrutura da cantina da escola Dom Walfredo Tepe, sabe que não há dúvidas sobre a veracidade da cena.

Cena lamenável, por sinal.