Xuvendo num dar, Jábis

A educação precisa ser vista com mais respeito
Arquivo/Google/Imagem Ilustrativa

As chuvas de ontem revelaram um quadro muito mais crítico do que já se apresentava na Escola Municipal do Salobrinho e seus "anexos", incluindo-se, aí, uma garagem para carro popular, usada como sala de aula. Os alunos assistiram "aulas" com goteiras no teto, água pingando nas carteiras e piso completamente molhado. Não bastasse, nem lâmpadas algumas salas possuem. Ventilador é sonho.

Ontem, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura tentou amenizar o desrespeito, anunciando, no programa de rádio oficial, a inauguração de algumas reformas de escolas municipais. Mas nenhuma palavra a respeito do quadro negro do Salobrinho foi justificada ao povo.

Em Ilhéus, o problema maior na Educação está nas discrepância entre quem estuda no centro e quem estuda nos bairros periféricos. No Instituto Municipal de Educação, por exemplo, os alunos elogiam o novo sistema de ar condicionado nas salas de aula.

No Salobrinho, os alunos "menos apessoados" apelidaram a escola de "microondas".

A educação de Ilhéus divide em classes quem precisa dela para construir uma sociedade menos desigual. Não é exemplo. É desrespeito. Chega a ser preconceituosa mesmo.

Diante deste abandono e do "aparthaid" promovido pelo atual governo é importante lembrar uma frase do educador Paulo Freire, sobre a importância do espaço de estudo: A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.