Citricultura baiana continua livre da praga HLB
Os pomares citrícolas da Bahia continuam livres da Huanglongbing (ex-grening), considerada a praga mais grave e destrutiva da citricultura mundial. Após investigação molecular, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura (Seagri), divulgou nesta quarta-feira (30) os laudos oficiais com os resultados negativos para Candidatus Liberibacter spp., mantendo a classificação da Bahia com Área Livre de HLB.
A vigilância epidemiológica faz parte das ações rotineiras do Projeto Fitossanitário dos Citros, por isso, “quanto mais cedo se identifique algum foco da praga nos pomares, maior a chance de êxito no processo de controle”, explica a coordenadora do Projeto Fitossanitário dos Citros da Adab, Suely Brito.
Acreditando nessa estratégia é que duas suspeitas foram investigadas, uma no ano de 2012, no município de Bom Jesus da Lapa, e outra em março deste ano, no município de Rio Real. Em ambas as situações, os materiais de plantas cítricas (ramos, folhas e frutos) foram coletados e encaminhados à Clínica Fitopatológica do Centro de Citricultura Sylvio Moreira (CCSM), em Cordeirópolis, São Paulo, para análise pelo método de PCR Real Time.
O diretor-geral da Agência, Paulo Emílio Torres, esclarece que, com a introdução da praga, a citricultura baiana passaria por uma enorme crise, haja vista a morte econômica imposta às variedades comerciais de citros em apenas dois ou três anos, após a infecção pela bactéria.
Uma eventual entrada da praga na citricultura baiana causaria prejuízos da ordem de R$ 1,8 bilhão, conforme dado demonstrado pelo estudo de Mestrado Profissional em Defesa Agropecuária(UFRB/2012), do engenheiro agrônomo e fiscal estadual da Adab, José Mário Carvalhal.
“Pelo que representa a citricultura para a Bahia, como o segundo produtor no ranking nacional, importante fonte de renda e emprego para o segmento da agricultura familiar, além de ser uma atividade de identidade cultural de distintos territórios de identidade, o Estado tem envidado esforços para manter o status fitossanitário de pomares livre de HLB”, ressalta o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá.
Medidas preventivas
Para nortear as atividades da Adab, existe um Plano de Contingenciamento do HLB, marco regulatório que reúne esforço interinstitucional e ações multidisciplinares para manter os pomares baianos livres da praga.
Dentre as ações, destacam-se as inspeções fitossanitárias com vistas à identificação de sintomas em áreas comerciais, armadilhamento para coleta de inseto vetor em pontos estratégicos, estudo da dinâmica da população de (Diaphorina citri) e monitoramento precoce da invasão da bactéria nos principais polos produtores: Litoral Norte, Recôncavo, Chapada Diamantina, região oeste e Juazeiro.
Dentre os desafios de enfrentamento dessa ameaça fitossanitária estão algumas estratégias implementadas, por meio de ações típicas de defesa agropecuária, a exemplo de fiscalização do trânsito de vegetais, estabelecimento de normas disciplinadoras para a produção de material propagativo (porta-enxerto, borbulha e muda) e treinamentos técnicos, em parceria com instituições de pesquisa e extensão rural (Embrapa/CNPMF e EBDA, respectivamente), com entidades de fomento e gestão pública (Mapa, Fapesb e prefeituras municipais), assim como a iniciativa privada (fazendas e viveiros).