Lavagem do Bonfim é marcada por sincretismo e devoção
Principal festa religiosa da Bahia, a Lavagem do Bonfim mobiliza baianos e turistas nesta quinta-feira (12), em Salvador. O trajeto de oito quilômetros, entre as basílicas de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a do Senhor do Bonfim, é percorrido com fé, devoção e alegria por fiéis católicos e das religiões de matrizes africanas.
Feito a pé, o percurso é precedido por um grupo de baianas, tipicamente vestidas, seguido por uma multidão vestida de branco. Além de garantir beleza ao cortejo, são as baianas que, carregando jarros de água de cheiro, realizam o ritual da lavagem do adro da Igreja do Bonfim. Todos os anos, 1 milhão de pessoas participam da procissão.
A lavagem é o lado mais profano das festividades em homenagem Senhor do Bonfim, sincretizado como Oxalá, e que se estendem até o próximo domingo (15), quando alvorada, missas e procissão marcam o dia festivo àquele que é considerado o padroeiro do coração dos baianos. O encerramento se dá com bênção do Santíssimo Sacramento e queima de fogos de artifício.
A devoção ao Senhor do Bonfim na Bahia teve início em 1745, quando o capitão-de-mar-e-guerra Theodósio Rodrigues de Faria trouxe de Portugal uma imagem similar e no mesmo tamanho da que existia na cidade de Setúbal.