Santas Casas e hospitais filantrópicos fazem mobilização pelo reajuste do SUS

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Na próxima segunda – feira (08 de abril ), as Santas Casas e hospitais filantrópicos de todo  o país fazem movimento pela recuperação financeira das entidades. Não serão realizados procedimentos eletivos (não urgentes). A manifestação será uma forma de demonstrar para a população a delicada situação financeira que os hospitais enfrentam.

O ato está sendo organizado em conjunto pela Confederação das Santas Casas, a Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em parceria com as Federações e Frentes Parlamentares Estaduais.

O principal objetivo é promover a discussão e um alerta à sociedade sobre o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde, com ênfase na realidade da crise das Santas Casas e Hospitais Beneficentes. O ato prevê bloquear todo o agendamento eletivo nesta data, como ação de protesto e sensibilização pública. A manutenção da assistência nas urgências e emergências estará assegurada.

A pauta de reivindicações do movimento é o reajuste de 100% para os procedimentos de média e baixa complexidade da Tabela SUS.

As entidades participantes formalizarão a adesão ao Ato, informando as autoridades de saúde estaduais e municipais sobre a paralisação do atendimento.

A defasagem da tabela de procedimentos do SUS impõe um déficit de R$ 5 bilhões por ano às instituições, responsável por uma dívida total de cerca de R$ 12 bilhões.

A maioria dos seus hospitais utiliza mais de 90% da capacidade no atendimento gratuito, embora a legislação exija apenas 60%. Hoje, algumas já fecharam as portas e muitas estão diminuindo o número de atendimentos para o SUS como forma de atenuar o déficit operacional.

Os filantrópicos permitiram a criação do SUS, uma das maiores conquistas sociais do Brasil, já que o Estado não dispunha à época, e não dispõe hoje, de uma estrutura capaz de suportar a universalização da assistência. Para vencer esse obstáculo a administração pública estabeleceu um acordo com a rede beneficente, que colocou seus hospitais à disposição do projeto. Essa parceria público-privada é a espinha dorsal do SUS e o colapso das Santas Casas e Hospitais Beneficentes coloca em risco todo o funcionamento do sistema.

Na Bahia, as entidades filantrópicas lideram o ranking da assistência hospitalar em muitas especialidades no atendimento ao SUS, realizando 95,6% das cirurgias oncológicas; 78,5% das cirurgias da visão, 83,1% das internações para tratamento oncológico. Em muitas cidades do interior, a assistência hospitalar para os pacientes do SUS é feita exclusivamente pelos filantrópicos. Diante de tamanha importância, condição que o Ministério da Saúde sempre destaca, temos que seguir o movimento nacional pelo reconhecimento real do nosso trabalho que exige remuneração digna pelo trabalho prestado à  população assistida pelo SUS.