Colégio Vitória inicia ano letivo com proposta inovadora de aprendizagem

Aprender, construir e se divertir, elementos da nova forma de educar da escola
Maurício Maron

Quando retornarem às salas de aula, na próxima segunda-feira (6), nas unidades da Conquista e Zona Sul, os 700 alunos do Colégio Vitória, em Ilhéus, vão se deparar com mudanças e um modelo inovador de aprendizado, baseado nos descritores de aprendizagem e salas do Projeto Conexões. “Vínhamos amadurecendo uma nova proposta, mais alinhada com o que se pede do conhecimento no século 21”, revela a diretora Aninha Melo.

Em novembro do ano passado, a direção da escola contratou o educador Valther Maestro, criador do projeto e diretor da empresa de consultoria Maestro Assessoria Educacional (MAE). Educador há 27 anos, autor de livros didáticos para o ensino fundamental, para educação de Jovens e Adultos (EJA) e paradidáticos, Maestro é também especialista em Questões Ambientais e Mestre em Geografia Humana. Sua metodologia de trabalho é centrada em quatro eixos fundamentais que regem a ação educativa: o aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e o aprender a aprender, garantindo que o conhecimento seja construído de forma prazerosa e lúdica. 

Maturidade e mediação“O centro da nossa proposta é dar ao aluno a maturidade de fazer suas escolhas e aos professores, uma nova forma de fazer escola. Maturidade de viver e escolher conhecimento, de conhecer e amadurecer o seu sonho, do adolescente se apropriar do que ele quer”, resume o educador. “O professor tem que funcionar na sala de aula como mediador. As aulas devem ter alegria e gerar possibilidades”, defende. “Queremos formar um aluno que, sobretudo, pense, pense muito”, completa Aninha Melo. 

Esta bem sucedida iniciativa do Projeto Conexões vem sendo desenvolvida em todas as regiões do País há pelo menos 10 anos. Os resultados são surpreendentes. No último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo, apenas 77 inscritos em todo o território nacional conseguiram obter a nota 1.000 na prova de redação. Dez por cento deste total que obtiveram a nota máxima foram alunos que integram o Projeto Conexões. Mais 100 outros alunos do projeto conquistaram 980 pontos, considerada uma avaliação altíssima se comparada à média nacional. 

Integrando o conceito geral do projeto, algumas salas de aula foram especialmente adaptadas para atender aos alunos e aguçar a curiosidade de todas as idades e de todos os cursos. Desenhos em gesso, cartazes, textos de personalidades como Carlos Drummond de Andrade e Charles Chaplin, trechos em formato de histórias em quadrinhos da obra Capitães da Areia, mapas, datas, cálculos matemáticos, físicos, químicos, tudo muito colorido e ilustrado passa a fazer parte da decoração da sala de aula. Professores passaram por treinamentos e laboratórios práticos sobre a nova forma de se comportar durante a aula. 

Nova forma de aprendizagemAs turmas farão rodízios em períodos máximos de duas semanas e também frequentarão salas sem o uso desta estratégia de decoração, para entender e comparar qual importância tem na sua formação educacional aquele conteúdo afixado. “Muito do que colocamos nas salas, cai nas provas do Enem. Mas é preciso que eles se sintam atraídos por tudo isso”, explica o educador. “O que queremos é gerar habilidades. O modelo antigo de aprendizagem não dá mais conta de aproximação com o novo. Claro que o conteúdo vai ser dado, mas estimularemos também uma nova forma de aprender”, revela a diretora do Colégio Vitória.

Valther Maestro destaca que aceitou o desafio de implantar sua metodologia em Ilhéus porque tem conhecimento de que o Colégio Vitória está sempre propenso a propostas inovadoras. “A escola é aberta e democrática, valoriza o fazer pedagógico e tem uma concepção humanista”, elogia. Desde que o Exame do Enem foi constituído, o Colégio Vitória foi a que mais pontou entre as instituições do sul da Bahia, conquistando as melhores médias. “Mas não podemos nos acomodar com isso. Precisamos avançar”, finaliza Aninha Melo. Para Valther a prova deste compromisso está no número de escolas inovadoras existentes no Brasil. “Temos apenas 172 entre as 190 mil escolas públicas e particulares existentes no País. Agora o Vitória faz parte desta lista”, revela.