Como admitir uma cidade turística sem dinheiro nos finais de semana?

Banco sem dinheiro ou armação para ganhar mais?
Arquivo

Nos últimos finais de semana, uma triste repetição. Caixas eletrônicos do Banco do Brasil sem dinheiro. E o caos estabelecido para quem pensava em sacar recursos. A desculpa seria uma decisão tomada pelo sistema financeiro, com apoio dos sindicatos: limitar abastecimento de dinheiro para saque nos finais de semana, a fim de evitar a ação de bandidos.

Mas há, pelo menos, dois problemas graves com esta medida. O primeiro é que o restabelecimento do dinheiro nos caixas não ocorre logo cedo, na segunda-feira, nas agências. O "sistema" só disponibiliza novos recursos a partir da reabertura dos bancos, quando o funcionário responsável chega para trabalhar, por volta das 10 horas. Desta forma a punição é dupla: final e início de semana.

Segundo: e como ficam cidades turísticas, como Ilhéus, no período da alta estação? Os recursos disponibilizados normalmente, durante o restante do ano, para os caixas, serão mantidos na mesma proporção, mesmo com o aumento substancial de visitantes aos sábados e domingos? Ontem, no aeroporto de Ilhéus, por exemplo, o grau de insatisfação era grande. Não se admite que uma cidade turística do porte de Ilhéus, a principal instituição bancária não dê a sua parcela de colaboração, prestando um serviço de qualidade.

 

Diríamos ainda que há um terceiro - e mais grave - problema. Um serviço essencial para o cidadão está deixando de ser fornecido. Com que direito o banco pode "segurar" algo que não lhe pertence? Com que direito? Cadê o Ministério Público que não age em defesa da sociedade? Quantas reuniões foram feitas para debater este tema? Cabe apenas uma decisão unilateral e punitiva ao cidadão que confere ao banco o direito de guardar o seu dinheiro para quando lhe convier retirar?

Para além de tudo isso, há um fato que causa estranheza aos usuários. Por que será que os recursos faltam nos caixas oficiais dos bancos e sobram nos chamados Caixas 24 horas? Fazemos um esforço grande para não acreditar que isto esteja relacionado ao fato de que, nos 24 horas, haja a chance de saque, desde quando seja paga mais uma taxa bancária que ajuda a encher o bolso dos banqueiros.