Sargento diz que Prefeitura mente quando fala em combate a poluição sonora

A foto e a polêmica
Secom

De acordo com o bem informado blog Agravo, o sargento Jackson Chagas, da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa), de Ilhéus, resolveu colocar a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Ilhéus numa condição desagradável. Após distribuir para a imprensa estadual um press-release (texto oficial) informando que agentes do governo teriam feito operações conjuntas de combate à poluição sonora, o sargento resolveu desmentir a notícia e considerá-la mentirosa. "A SEMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ilhéus) não tinha veiculo e não fez nenhuma operação naquele dia, só queria pegar carona na viatura da CIPPA, 68 CIPM e DPA, o que não foi permitido", relatou ao blog. Jackson Chagas disse ainda que solicitou ao fotógrafo da Prefeitura que não distribuisse a foto que registrou o encontro e ameaça ingressar com uma ação contra os responsáveis pela distribuição. O policial acusa o governo de estar usando a CIPPA, a 68 CIPM e a DPA para se promover politicamente. Leia o texto completo, clicando aqui.

Em contato com Paulo Fonseca, chefe de Fiscalização Ambiental da Prefeitura de Ilhéus, o Jornal Bahia Online apurou que houve realmente um imprevisto na operação. "O nosso carro quebrou no momento do encontro para a operação. Pedimos a eles que nossos fiscais fossem na viatura deles e não foi aceito", explicou. Segundo Paulo, ainda houve uma outra tentativa: ceder o seu próprio carro e alugar um taxi. Mas a decisão tomada foi de, então, a Cippa realizar a operação e, posteriormente, informar o resultado a Prefeitura. Com relação a foto, Paulo Fonseca alega que não houve pedido algum para que a mesma não fosse divulgada. "Tanto que o sargento posou para ela", assegura.

De acordo com o chefe de Fiscalização Ambiental da Prefeitura, ele pode comprovar através de ofícios que foi a Prefeitura a responsável pela organização da operação. "Tudo foi combinado com o delegado Eduardo Barcelos, Major Câmara e o Tenente Rondinelli que é o chefe dele. Ele só quer os holofotes", acusa.

Nota da Redação: A iniciativa pode até ter sido da Prefeitura. O erro, entretanto, está no fato de dizer que fez sem fazer. O carro quebrado mostra a triste realidade de uma Prefeitura sem as mínimas condições de assumir seus compromissos administrativos. A divulgação de uma foto de uma operação que, de fato, não aconteceu, representa uma tentativa perigosa de passar para a opinião pública uma condição que o governo não consegue executar. Por isso, talvez tente impor a "meia verdade". Talvez tivesse sido de bom alvitre que a comunicação do governo, ao invés de alardear o que não foi feito, aguardasse uma outra oportunidade, com a ação acontecendo de fato, para poder divulgá-la.