Proibidas para adversários, faixas nas ruas não são empecilhos para aliados
Para os amigos e aliados, tudo. Para os considerados adversários, a lei. Nada mais que a lei.
É assim que o governo municipal está agindo com o microempresário conhecido como Jeremias do Jegue, conhecido na cidade por prestar serviços de afixação de faixas em locais públicos. Até a eleição, Jeremias atendia comerciantes e governos - inclusive outros governos de Jabes - na distribuição de faixas na cidade, todas cumprindo rigorosamente o critério do pagamento de uma taxa junto ao Setor de Tributos da Prefeitura. Era disso que Jeremias tirava o sustento da família.
Mas bastou Jeremias "ousar" prestar serviço para a candidatura adversária, na última eleição, para perder o direito de trabalhar agora. Um dos irmãos do prefeito Jabes Ribeiro teria ameaçado Jeremias, logo após a contagem dos votos, afirmando que ele não iria mais colocar uma faixa na cidade.
Promessa feita. Serviço cumprido.
Logo após a posse, secretários do atual governo "baixaram um decreto" proibindo faixas nas ruas e logradouros de Ilhéus. Mas a medida não vale, digamos assim, "para todo mundo". Tanto que a própria prefeitura acaba de contratar uma empresa para confeccionar faixas e afixá-las nas ruas de Ilhéus.
A proibição também não vale para políticos aliados, como vereadores da base, por exemplo. A prova disso aconteceu no último final de semana. O vereador Nerival Reis determinou que algumas faixas de "boas vindas" ao secretário Jorge Solla fossem afixadas nas próximidades (e no interior, o que é uma ilegalidade ainda maior por se tratar de uma repartição pública) no Hospital Geral Luiz Viana Filho.
Ninguém da Prefeitura ousou retirar nenhuma delas.
Afinal, amigo é pra essas coisas. Pra que lei, né!