Manifestações que remetem a desumanização
O cenário foi montado e faltam poucos dias para que seja realizada a 2ª copa do mundo no Brasil, entretanto a maior preocupação por parte de todos, por incrível que pareça, não é se o Brasil vai ou não ganhar o título mundial, mas sim às consequências advindas das manifestações não pacíficas exaustivamente anunciadas desde a copa das confederações, período que presenciamos o ensaio desses manifestos. Nesse momento somos acometidos de dúvidas e indagações. A massa social questiona-se sobre como evitar esse caos social que ora se instala; quais são os autores destes movimentos e o que de fato desejam obter acobertados atrás das diversas máscaras usadas nas manifestações.
As máscaras, num sentido simbólico, poderiam deixar uma mensagem clara a respeito de uma situação específica, como a não identificação dos verdadeiros idealizadores e financiadores desses movimentos. Podemos apontar esta revolta como uma revolução velada sombria e incerta, onde nos leva a reflexão acerca da destruição dos bens públicos e privados. Dúvidas outras que tomam conta de cada cidadão e perpetuam em nossas mentes nesse momento de apreensão e ansiedade é quem pagará a conta de vidas ceifadas e mutiladas, ou ainda, a quem interessa tamanha violência. Entretanto, analisando pelo bom senso, sem nenhum tipo de politicagem, compreenderemos que existem mais interesses políticos partidários nessas ações do que a luta por direitos essenciais para o desenvolvimento sócio econômico e intelectual dos cidadãos brasileiros.
Esses protestos apresentam-se diversificados, recentemente em nosso território tivemos a greve da PM (Polícia Militar), e não precisou de muitos dias para que o campo de batalha fosse armado, números assustadores de assassinatos e roubos (arrastões) foram divulgados diariamente pela imprensa local chegando a ganhar repercussão nacional, porém sabemos que a violência que assola as cidades de modo geral tem alto índice com policiais em greve ou não. O povo brasileiro de um modo geral está intimidado, por um lado existe a certeza de que o clima de terror que foi instalado nos últimos anos vai continuar ainda por algum tempo e por outro os nossos representantes políticos não nos passam confiança alguma e esse problema é recorrente. Não existem formulas prontas para que esse caos social seja evitado, pois esse repugnante conflito está diretamente ligado à luta pelo poder, esse mesmo poder é concedido pelos cidadãos brasileiros a representantes que mais tarde simplesmente ignoram a situação de vulnerabilidade em que se encontram os seus representados. O direito ao voto popular conquistado a duras penas pelo povo brasileiro elege democraticamente seus representantes, porém ainda não atingiu um dos seus objetivos que é a participação do povo nas decisões ligadas diretamente ao seu cotidiano. Um governo deve estar voltado para o povo e pelo povo. Penso ainda estarmos distantes desta realidade.
Precisamos com urgência tomarmos consciência do que é lutar pelos nossos direitos e assim poder vislumbrar melhorias significativas para o nosso futuro, pois o Brasil ganhará maior enfoque no mundo nos próximos meses e anos com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, dois dos maiores eventos mundiais contemporâneos. Infelizmente algumas pessoas manipuladas por terceiros, não politizadas, confundem “não esconder ou mascarar a realidade social atual com atos desumanos e desprezíveis”, o que apenas afirma a ideia de um país analfabeto politicamente. As manifestações pacíficas são os meios mais viáveis para resolução de problemas do cotidiano. É muito contraditório buscar melhorias destruindo o que já temos, esse é o momento de mostrarmos ao mundo que enfim amadurecemos, devemos avançar na busca das melhorias que queremos ver de maneira consciente, coerente e coesa. Democracia e liberdade de expressão estão muito distantes do que estamos vivenciando nesses últimos meses e anos, precisamos compreender e assimilar bem a ideia exposta nesses dois termos, dessa forma, uma reestruturação social poderá ter êxito em um prazo mais curto de tempo. Avancemos!