Desafiando a dor

ELA voltou...passou por tantas estações, assimilou  torturantes verdades e agarrou a esperança com vigor...

Estava na hora de voltar, enfrentar os desafios que chegaram sem ter tempo de pressentir o início e aguardar.

Para lutar ou desistir.

Era preciso voltar ao seu amado chão, desafiar as dores paridas na dor maior  e procurar entender.

Como se enfrenta a dor? Com uma simples palavra, acabou?

Ou duelando com as armas da coragem e da fé, energizando a sua essência ?

Buscando ar puro para respirar e não sucumbir, a FAXINEIRA  DE ILUSÕES sobrevoou para céus onde a imaginação é latente e os sons são ouvidos, as palavras sentidas, vividas e o corpo transcende a vontades ,a tantos sustos,  para dar vazão ao inebriante hábito de ouvir sons ,numa espécie de alimento-dança para alçar vôo.

E ela voa, voa, voa em busca da apaziguadora permissão de sonhar  e pousa, então, no silencioso espaço que lhe abriga, quando necessita descansar.

 

Porque está impedida de viver pelos cansaços que a rotina lhe impõe, Ela extrai de sua essência todos os movimentos aptos à meditação, ao querer, falar, gritar, chorar, calar para, só ali, onde lhe dão  liberdade que tanto anseia, parar.

Cansada dos dissabores que esbarram diante de sua vida, busca sons diferentes, mãos que não se fecham, claridade anímica e a alucinante vontade de dançar os passos que lhe foram travados, porque, FAXINEIRA DE ILUSÕES, consegue ver o que está escondido e ouvir o que está em silêncio...

Por isso, sofre e precisa, por momentos, voar, sobrevoar Centaurus, reverenciar Vênus e colher as estrelas que são possíveis ser transmutadas.

Ali, num espaço, onde cabem todas as formas de amar e querer bem, Ela reencontra dois seres especiais que lhes são tão caros.

Um par! Duas pessoas unidas pela vida de sonhos e tão separados pelas corajosas opções que fizeram. Um, o Príncipe Do, eterno garimpeiro do conhecimento, que sente  as dores traduzidas em angustiantes questões, escalando a sabedoria para, cada vez mais, atingir os píncaros e tornar leve o que lhe pesa de forma intensa... O que busca tanto, se acalanta no coração tantos saberes? O que lhe atormenta e lhe faz um ser sonhador? Ah, Príncipe Do!

Um Par! A Outra, a mágica Menina do Logos, que toca o coração das pessoas com a precisa dimensão dos iluminados seres que chegam e permanecem para sempre.

E ali, naquele espaço, onde cabem todas as formas de amar e querer bem, a FAXINEIRA reencontra os dois seres especiais que lhes são tão caros. E, entram numa espécie de Camelot  humanizada e poética, sentam na mesa e expõem as suas emoções, seus quereres nem sempre recompensados, suas idéias quase sempre expurgadas, suas vozes , na maioria das vezes, sem o eco, que é vida...

Ali, naquele espaço, as energias são recobradas, os sonhos tomam a dimensão dos espaços e as vidas, que se reencontram são refeitas para a sobrevivência.

Por que sonham e precisam das asas imaginárias para que retornem os sentidos? Por quê? De que são feitos aqueles seres que fogem da realidade para atingir uma outra dimensão, que lhes fazem fortes? Por que se alimentam de sonhos para permanecerem reais?

O que une as vidas que, sentadas numa mesa etérea e iluminada, jogam suas dores, esquartejando-as, numa forma de exorcismo?

Principe Do e Menina do Logos!

 

Ela, a Faxineira de Ilusões, relata suas quimeras,é escutada, ouve os lamentos, sorri ouvindo os sonhos que se tornaram reais e reafirma a necessidade de,sempre,em algum momento, sentarem naquela mesa etérea e iluminada para que a vida possa prosseguir.

Voar, voar, voar... Buscar Centaurus, aplaudir a Via Láctea, armazenar as luzes dentro da alma, conversar, sorrir... Tudo tão leve e tão possível, mas...

Como é difícil entender tudo que se passa e fica dentro de cada um!

O Príncipe Do, também alimenta a sua essência e descobre a magia da água, da purificação que fortalece as quedas, os enigmas afetivos e batiza de oráculo quem, na simplicidade da natureza, só lhe mostra o que é óbvio.

A Menina, Mágica do Logos, guerreira da vida,  sopra o dom amigo para firmar a auto-estima de quem lhe quer bem, porque ali ,naquele espaço onde se pode sonhar, tudo é permitido, até quebrar as arestas do preconceito, das intolerâncias  e soltar as amarras da vida, dizendo sim a tudo que se relacione com querer, sem limitar por castas, almas lindas. Ali, num espaço, onde cabem todas as formas de amar e querer bem, eles formalizam os seus pactos de eternidade, pois entendem que a magia ultrapassa o conhecimento que é palpável, para,mais adiante, ser transmissora de vida.

E o ar que buscou para repor energias ilumina a FAXINEIRA DE ILUSÕES que precisa entender certas ações humanas, muitas maldades, graves pensamentos, para continuar a aspirar as tristezas, eliminar presenças indesejadas, varrer, varrer, varrer até desintegrarem as posições absurdas de quem abraça a ignorância.

É preciso, em momentos, voar, ouvir os sons que libertam ,transferir o espírito para aquela Camelot humanizada e poética. É preciso renascer, sobreviver e apaziguar as incredulidades.

E, num absoluto vôo de seres especiais,a Menina do Logos, o Príncipe Do e a Faxineira de Ilusões, fazem seus caminhos de volta, armazenados de etéreas lembranças que lhes servirão de sopros vitais.