Estrada do Chocolate une cultura história, negócio e meio ambiente

A história do cacau para visitação pública
Secom

Os 42 quilômetros da BA-262, trecho entre os municípios de Ilhéus e o entroncamento com a BR-101, em Uruçuca, revelam um cenário inspirador de fazendas de cacau, que se confunde com a própria história do sul da Bahia. Palco da produção da principal riqueza regional, as fazendas de cacau abrigaram, ao longo dos séculos – desde a chegada das primeiras sementes do cacaueiro em 1746 – o símbolo da pujança econômica regional, construída pelos coronéis da época e a força do seu dinheiro, surgido a partir das terras férteis e do clima tropical, propícios à plantação do cacau.

Agora, produtores contemporâneos – muitos filhos, netos e bisnetos dos protagonistas desta rica história – estão felizes com a parceria da Prefeitura de Ilhéus e do Governo da Bahia que oficializaram a transformação deste mesmo cenário numa história que una tradição, cultura, sustentabilidade e riqueza natural. O Governo do Estado lançou o projeto de implantação da Estrada do Chocolate em Ilhéus, durante o Festival Internacional do Chocolate e Cacau - Chocolat Bahia 2017, encerrado neste domingo.

O roteiro começa a operar a partir de agosto. Ele inclui ainda as fábricas do parque moageiro de cacau, no Distrito Industrial de Ilhéus, fazendas/fábrica de chocolate gourmet, fazendas de cacau com acervo histórico-arquitetônico, Estação Rio do Braço, arquitetônico da sede do antigo distrito de Ilhéus e a Biofábrica do Cacau. 

Ineditismo - Este será o primeiro roteiro turístico temático da Bahia e, inicialmente, vai abranger os municípios de Ilhéus e Uruçuca. O projeto foi lançado pelo secretário do Planejamento e vice-governador, João Leão, e o prefeito Mário Alexandre, no sábado (22), com as presenças dos secretários de Turismo, José Alves, e Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, além do coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jonas Paulo.

No roteiro, os turistas conhecerão a cultura do cacau e a produção do chocolate, por meio de visitas a fazendas existentes ao longo da BA-262, com sítios históricos, rios, cachoeiras e áreas de preservação ambiental.  Se durante muitos anos as fazendas, o cacau, os coronéis, os jagunços e tropeiros, as mulheres e os homens desta terra, serviram de inspiração para o escritor Jorge Amado, agora a região aposta em um novo enredo para contar a sua história de luta, de desafios e de novas oportunidades.

Novo produto turístico - Por estes quilômetros de estrada, governos (municipal e estadual) e produtores se unem para formatar um novo produto, um novo roteiro, capazes de atrair o mundo para as “Terras da Gabriela”, com o seu cheiro de cravo e a cor de canela. A ideia da Estrada do Chocolate é permitir que as pessoas tenham a experiência de vivenciar a cultura do cacau em todas as suas etapas, conhecendo, em paralelo, a saga da história regional.

“De fato, em nenhum outro cenário do planeta, é possível unir todos estes elementos. Desde a visita a um cacaueiro, rituais da sua produção, à experimentação de um fruto, a convivência pacífica entre trabalhadores rurais e donos da terra, conhecimentos da história através de museus e da culinária regional, as técnicas de transformação da amêndoa em chocolates finos gourmet e, ainda desfrutar da beleza da Mata Atlântica, preservada a partir da própria cultura da lavoura cacaueira que ao longo dos séculos garantiu a conservação de uma elevada biodiversidade no entorno das propriedades”, destaca Mário Alexandre. Este cenário, portanto, reune uma série de elementos culturais e econômicos da cultura do cacau que torna o turismo rural em uma alternativa viável para municípios que compõem a Costa do Cacau. É um mergulho na história regional.

A história do chocolate em Ilhéus - Por esta estrada também é possível passar – e conhecer - indústrias chocolateiras multinacionais que produzem líquor e manteiga do cacau distribuídos por todo o planeta, visitar uma lojinha da primeira indústria de chocolates da cidade, a Chocolates Caseiro Ilhéus, e fábricas de produção artesanal, como a que funciona no IFBaiano, e outra na Fazenda Riachuelo, um exemplo de investimentos e gestão privados para a nova realidade econômica regional.

Com o turismo rural a intenção é atrair turistas para a chamada baixa estação e, durante todo o ano, garantir a permanência do visitante por mais tempo na cidade, oferecendo novos produtos com o padrão internacional. A saga, portanto, continua. Agora com novas particularidades, reunindo em um só cenário cultura, história, negócios e meio ambiente. Quem no mundo não gostaria de visitar este universo?