Programa de Referência à Saúde do Idoso é destaque em Itabuna‏

Atendimento de excelência
Ascom/Maurício Maron

As mãos firmes e os braços fortes do carpinteiro aposentado José Trindade, 67 anos, ajudaram a construir um dos símbolos do desenvolvimento de São Paulo: a Rodovia dos Imigrantes, na década de 1970. Hoje, vítima da doença de Parkinson, que é progressiva, já que altera o movimento do corpo devido à disfunção dos neurônios, ele busca ajuda na Unidade de Referência à Saúde do Idoso, Hipertensão e Diabetes (Prosi/Hiperdia) anexa à Unidade Básica de Saúde Izolina Guimarães, no Zildolândia, em Itabuna.

No local, além do atendimento a pacientes com a doença de Parkinson, de Alzheimer e osteoporose, funciona a central de tratamento e acompanhamento a hipertensos e diabéticos. São mais de 2 mil pacientes cadastrados, atendidos regularmente por psicólogos, nutricionistas, geriatra, cardiologista, endocrinologista, assistentes sociais, fisioterapeutas e enfermeiros.

Um serviço elogiado por pacientes e acompanhantes. “O Zé chegou muito mal. Já tínhamos passado por médicos de outros consultórios e os medicamentos não faziam diferença. Estamos na terceira consulta aqui  no Prosi/Hiperdia, e a vida dele já é outra”, elogia dona Dinalva Silva, esposa de “seo” Trindade. “Aqui tudo é muito organizado e o atendimento é humanizado, respeitoso”, completa.

Nos corredores da unidade é comum encontrar enfermeiros e pacientes de mãos dadas, conversando, trocando experiências de vida em um momento delicado para muitas famílias que procuram ajuda dos profissionais. “Trabalhamos com doenças degenerativas, algumas sem cura. Nossa missão é melhorar a independência e a autonomia dos nossos pacientes. Tratar bem é um dos medicamentos”, resume a enfermeira Priscila Silva, coordenadora do Prosi/Hiperdia.

Mudança radical - Tratamento que nem sempre foi assim. Quando o prefeito Claudevane Leite assumiu o governo, o atendimento a esses pacientes funcionava em uma pequena sala da antiga Fundação Sesp, no centro da cidade. As condições eram tão precárias que a Coordenação da Defesa Civil interditou o local por considera-lo inadequado e insalubre.

O atendimento foi provisoriamente transferido para a Policlínica Dois de Julho, onde permaneceu até 2014. Em dezembro do mesmo ano, o governo inaugurou a sede própria do Prosi/Hiperdia, totalmente reformada, no bairro Zildolândia.

Além do trabalho de excelência que é realizado, a unidade recebe, semanalmente, estudantes de Medicina e Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), que participam de um projeto acadêmico. Acompanhados de um professor, eles realizam nos pacientes cadastrados exames de eletrocardiograma.  

Receita do sucessoNos próximos meses, a Unidade de Referência à Saúde do Idoso, Hipertensão e Diabetes (Prosi/Hiperdia) vai ser base de um projeto de pesquisa de doutorado, também da UESC, sobre o Alzheimer. Pacientes serão estudados por especialistas a partir do serviço que é prestado na unidade da Secretaria Municipal de Saúde.

Atualmente, além do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, os pacientes recebem, gratuitamente, a maior parte dos medicamentos enquanto os idosos reabilitados que não podem ter alta participam, ao lado de fisioterapeutas, de práticas de atividades físicas em grupo.

Cada atendimento é feito de três em três meses, em média, mas, segundo Priscila Silva tudo é muito flexível, a depender do estado de saúde do paciente. “Tem alguns que já vem no dia seguinte e têm outros que a gente precisa ligar. A melhora é tão grande que muitos acham que nem precisam mais voltar”, revela. Como não há financiamento nacional para o funcionamento do Prosi/Hiperdia, 95% dos recursos são da Prefeitura.

Novo sentido para a vidaEsta semana, “seo” José Trindade foi atendido pelo geriatra Antônio Espírito Santo. Trouxe os resultados dos exames, todos elogiados pelo médico. A sensação de melhora é tão grande que ele já pensa em voltar a fazer algumas peças de carpintaria. “Se arranjar um ajudante, volto em grande estilo”, avisou às enfermeiras ao sair do consultório muito contente. A vida voltou a ter sentido para quem começava a perder a batalha contra a doença.