A semente de um bom negócio dá bons frutos ao agricultor familiar de Itabuna

Dona Maria dos Prazer dos Santos , 70 anos, e o marido Almerindo, 90
Ascom/Gabriel de Oliveira

Dona Maria dos Prazer dos Santos , 70 anos, e o marido Almerindo, 90, cuidam de um pedaço de terra, na Roça do Povo, em Itabuna, onde produzem laranja, limão, coco, manga e jenipapo. Eles são um dos 296 pequenos produtores do município, apoiados e incentivados pelo governo local, que estão inseridos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

O PAA compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino.

Em Itabuna, 34 entidades filantrópicas, certificadas pelo Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), são beneficiadas com o recebimento gratuito de hortifrutigranjeiros. Parte da produção é destinada à preparação de alimentos nos dois Restaurantes Populares do município que, juntos, oferecem 1,6 mil refeições todos os dias, ao preço simbólico de 2 reais.

Na atual administração, o valor total conveniado do PAA com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ultrapassa a R$ 1,5 milhão, montante que é considerado o maior do Brasil em recursos e na modalidade “Compra com Doação Simultânea”.

Papel socialO prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, lembra que pelo seu papel estratégico no combate à pobreza, o PAA é uma das ações que compõem o Plano Brasil Sem Miséria, em seu eixo Inclusão Produtiva Rural. A meta do atual governo municipal é fechar um ciclo de proteção alimentar. Além de distribuir sementes, oferecer assistência técnica aos pequenos produtores, comprar boa parte da produção e distribuí-la para entidades filantrópicas, a Prefeitura vai inaugurar, em breve, um Banco de Alimentos.

Quando estiver em pleno funcionamento será ponto de recepção e triagem de alimentos considerados inadequados para comercialização, mas ainda próprios para o consumo humano, destinando-os às instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, que fazem a distribuição gratuita de refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.

No Banco também serão recebidos alimentos que seriam desperdiçados em feiras livres, supermercados e na Central de Abastecimento. Os produtos serão selecionados, processados ou não, embalados e distribuídos gratuitamente para as entidades e programas sociais mantidos pela Prefeitura ou executados em parceria com o Governo Federal. Empresários rurais e agricultores familiares que doarem alimentos à unidade podem ganhar como benefício a isenção fiscal.

A ajuda que dona Maria dos Prazer precisava“O PAA nos tem ajudado muito. A Prefeitura tem sido uma grande parceira”, assegura a agricultora. Atualmente, enquanto o marido toca a plantação lá na roça, ela se dedica à construção da casa nova. Novos tempos de fartura. Além de atender o PAA nos últimos anos, nos finais de semana uma parte da produção do casal é vendida nas feiras livres da cidade. “Pouquinho com pouquinho, as cordas começam a ficar mais difíceis de quebrar”, assim define a fase empreendedora dona Maria dos Prazer.

O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Lanns Almeida, destaca a melhoria da qualidade dos alimentos produzidos e revela que Itabuna está fechando o ciclo da segurança e soberania alimentar. “As conquistas em nosso município já foram muitas sobre a produção e distribuição de comida de verdade. É um momento de celebrarmos e fazermos um balanço dos avanços e obstáculos que ainda temos pela frente”, afirma.

Vida que mudou para dona Maria dos Prazer, “seo” Almerindo e muitos outros agricultores familiares e pequenos agricultores, graças à visão social empreendida pela Prefeitura de Itabuna. Agora para setembro, por exemplo, a expectativa é da venda de mais um lote de bananas, coco, limão, aipim e laranja para o PAA.

Há pouco mais de dois anos, Almerindo substituiu o antigo laranjal por novas mudas de plantas mais produtivas e resistentes às pragas. Os frutos agora começam a brotar. São eles que irão para o alimento do itabunense que mais precisa. E também vão ajudar a colocar nas mãos calejadas de seu Almerindo, a oportunidade de semear um futuro melhor para toda a sua família.