Favelização e descaso formam novo cenário do centro de Ilhéus

Um apanhado dos problemas registrados pelo JBO
JBO/Maurício Maron

É natural que todo mundo queira ganhar um dinheirinho extra na alta estação. Mas imagine que se, para isso, cada um resolvesse ocupar, sem organização ou planejamento, um espaço público, sem que houvesse um estudo prévio da Prefeitura ou das autoridades competentes sobre a possibilidade de funcionamento de novas atividades comerciais na área.

O resultado - imagina-se - não dá para ser outro: favelização de um espaço que, na essência, deveria servir como atrativo para moradores e visitantes.

É justamente isso que está acontecendo no Centro Histórico de Ilhéus e nas praias mais movimentadas do centro.

Dezenas de estruturas improvisadas foram montadas, nos últimos dias, sem o mínimo controle do setor de Fiscalização da Prefeitura. O comércio informal tomou conta do entorno das praias. Barracas improvisadas comercializam livremente alimentos, sem o aval da Vigilância Sanitária. Carros circulam livre - e ilegalmente - pela areia, dividindo espaço com banhistas. Enquanto isso, para não perder a "guerra", restaurantes regulares da orla, criam "puxadinhos" na areia para atender a quem prefere estar mais próximo ao mar.

Na avenida Soares Lopes, que um dia já foi o principal cartão-postal de Ilhéus, "novos negócios" não páram de surgir, aproveitando o grande fluxo de pessoas que circulam na artérias.

Muitos chegaram anos atrás e foram ficando. Outros, agora, sem prazo para sair.

Visitando a cidade pela primeira vez, o mineiro Arlindo Costa elogia a beleza natural de Ilhéus. Mas critica a desorganização das ruas. "Tem lugares que realmente não dá nem vontade de entrar e arriscar", assume.

Fora tudo isso, o número de pedintes nas ruas "assustou" o visitante. "Estão por todo lugar", afirmou.

Enquanto a reportagem do Jornal Bahia Online ouvia Arlindo, uma pedinte, que tradicionalmente frequenta as escadarias da Catedral de São Sebastião, discutia e xingava uma turista que não quis lhe dar uma moeda. "Vai embora, sua m..., desgraçada. Vai se f...", gritava.