Agricultores não conseguem falar com Jabes e Ilhéus pode perder 2 agroindústrias

Rodeado de gente só na campanha
Arquivo/JBO

Exclusivo. Com recursos da ordem de 1 milhão e 200 mil reais já liberados para a construção de duas unidades agroindustriais - uma fruticultura e outra de beneficiamento da mandioca - na região rural do Couto, em Ilhéus, o município pode perder os investimentos - que têm prazo para ser executados - por falta de boa vontade do governo municipal. A denúncia é do vereador Dero Farias, do PT. Segundo o parlamentar, há 15 dias pequenos produtores da região tentam, sem sucesso, uma audiência com o prefeito de Ilhéus. "Será que é por que sou vereador de oposição? Faço oposição ao governo. Mas não faço à cidade", desabafou ao Jornal Bahia Online, Dero Farias.

De acordo com o vereador, diversos encaminhamentos já foram feitos para a consolidação das duas obras. Mas um, apenas um, que é uma exigência da Caixa, ainda não pôde ser feito: conversar com o prefeito e traçar o encaminhamento da aprovação dos projetos para a liberação da obra, via técnicos da Prefeitura. "A gente não quer um centavo da Prefeitura. Quer apenas que ele faça a parte que cabe ao governo. Mas não conseguimos avançar no contato com o chefe de Gabinete do governo", ressalta Dero Farias. Com medo de perder o "tempo" para o início das obras, Dero revela que já está sendo estudado um "Plano B" para levar as duas agroindústrias para o município de Uruçuca, mesmo já tendo adquirido as áreas, em Ilhéus, para a construção das unidades.

Ocupação - O JBO apurou que o descontentamento dos pequenos agricultores com o governo de Ilhéus é grande. Uma recente reunião do Conselho Municipal Rural, com a participação de mais de 100 lideranças representativas, serviu para criticar as péssimas condições das estradas vicinais de Ilhéus. Os agricultores também reclamam da irregularidade no funcionamento das escolas e asseguram que desde o início do atual governo não contam com assistência médica no interior. A situação é de calamidade, definem.

O clima é tão tenso que, caso não consigam uma audiência com o prefeito Jabes Ribeiro para buscar uma solução para a zona rural, os agricultores prometem desencadear um movimento, já em abril, que tem como principal objetivo a ocupação do Palácio Paranaguá, sede do governo municipal, por tempo indeterminado.